Um dos mais intensos desafios
psicoemocionais para uma mãe é experimentar – e aceitar – o sentimento de ser
prescindível, e nem por isso sentir-se ameaçada de perder a própria identidade.
De repente, embora não tão de repente
assim, sua cria não mais necessita de seu suporte e de seu cuidado protetor: o
que fazer com isso?
Complementar a este desafio materno é
o de um filho ou filha firmar-se pessoa na vida, saindo do colo da mãe e
rumando sobre as próprias pernas no rumo de seu destino pessoal.
Ambos, mãe-filho (ou mãe-filha)
compõem uma das parelhas humanas de mais difícil separação para construção de
individualidades, razão pela qual não são todos os que conseguem vivê-lo.
E não falo aqui de separação só física,
com cada um meramente vivendo em um local; digo separação emocional e
existencial, cada qual podendo experimentar a própria vida por si.
Indo além da conhecida situação edípica, quando o amor erótico do filho pela mãe não permite a ele envolver-se inteiro com outra mulher, ou quando o amor erotizado da mãe pelo filho não a deixa conviver em paz com a mulher que ele tenha escolhido por fêmea, os laços que teimam por aprisionar filho (ou filha) e mãe englobam sentimentos raramente passíveis de superação.
Atenção adicional é necessária, porém,
no caso de mulheres com Aspectos intensos entre Lua e Plutão em sua própria
Carta natal astrológica (a conjunção e a quadratura são os mais desafiadores),
dando-se o mesmo em Cartas masculinas com o mesmo padrão astrológico.
Mulheres assim por costume vêm de uma
experiência de modelagem feminina com mães intensamente controladoras e
inconscientemente dedicadas a manter a crias eternamente infantil, manipulando
fortemente sentimentos para impedir um voo próprio do filho ou da filha.
Homens assim, por igual razão,
tenderão a buscar companheiras com análogo traço de comportamento, estruturando
com elas difíceis relações de gata-e-rato ou, ao extremo, evadindo-se de
estreitar relações mais íntimas e pessoalizadas – para não correr o risco de sofrer
controle.
Mães lunar-plutônicas obstam ou,
pior, sabotam a possibilidade de autonomia de sua prole, mesmo que teimem em dizer
que fariam tudo para ver o filho ou filha caminhando com segurança pela vida a
fora.
Desde que seja como ela acredita ser
o melhor, elas esquecem de dizer...
O assunto, para ser melhor
compreendido, deve ser olhado pelo lado reverso, o lado da excessiva necessidade
materna de perceber-se sendo necessária, mesmo quando já deveria não sê-lo
mais, pela idade de seu filho ou filha.
Sabe aquele ditado de que não temos
filhos para nós, mas, sim, para a vida?
Pois é... Casos como estes mostram o
quanto certas mulheres, após terem sido mães, não conseguem admitir que seu
filho ou filha um dia não mais será delas!
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